Reconversão do antigo Matadouro Municipal no Viana STARTS adjudicada por 3,169 milhões de euros
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Publicado em 11/12/2024

Reconversão do antigo Matadouro Municipal no Viana STARTS

adjudicada por 3,169 milhões de euros

 

A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, esta terça-feira, por

unanimidade, em reunião ordinária de executivo, a adjudicação e minuta de contrato,

por um valor de 3,169 milhões de euros, da empreitada de “Execução do Viana

STARTS”, que vai reconverter o antigo Matadouro Municipal num espaço criativo e

comunitário, baseado no espírito da Ciência + Tecnologia + Arte.

A empresa vianense Baltor – Engenharia e Construção, Lda., assume, assim, a

obra, que foi alvo de um concurso público internacional, que conta com prazo de

execução de 420 dias e vai utilizar um conjunto de soluções inovadoras de eficiência

energética e hídrica, baixo teor de carbono e economia circular.

A reabilitação e reconversão do antigo Matadouro Municipal corresponde a um

projeto de seis milhões de euros que obteve um financiamento de cerca de cinco

milhões de euros FEDER. A obra de reabilitação do edifício deverá arrancar no início de

2025, para estar concluída até final de 2026.

De acordo com a memória descritiva e justificativa do projeto, propõe-se a

intervenção em todo o recinto para a concretização de um processo de renovação e

construção inovador, no âmbito da Iniciativa Urbana Europeia (EUI), numa empreitada

que conjuga demolição, reabilitação e construção nova.

“Após uma análise crítica do estado e relevância formal dos edifícios existentes,

o projeto procura responder às necessidades identificadas diferenciando obras de

demolição, reabilitação e de construção nova. Procurando limitar as operações de

demolição e maximizar a reutilização e reabilitação dos elementos essenciais da

construção existente, propõe-se a demolição dos elementos que foram acrescentados

à construção inicial e a reabertura de vãos encerrados, assim como a demolição

integral dos edifícios formalmente menos significativos, cujas dimensões e custo-

benefício da sua reparação e conservação não é compensatório, conservando-se as

paredes em alvenaria de pedra passíveis de integrar a construção dos novos edifícios”,

refere a memória descritiva.

Assim, o projeto prevê a preservação da imagem formal do conjunto edificado

existente. Propõe-se a reconstrução, com tecnologia compatível, das coberturas de

telha com estrutura de madeira (introduzindo impermeabilização e isolamento térmico

e melhorando assim a resposta global construtiva dos edifícios) e a reabilitação dos

rebocos exteriores que são elementos essenciais da caracterização formal dos edifícios.

Espera-se que o resultado seja um edifício de energia quase zero com

desempenhos bastantes superiores aos exigidos em Portugal, no qual serão aplicados

princípios de eficiência hídrica e de armazenamento de águas pluviais. O edifício irá ter

elevada eficiência energética, prevendo-se que o excesso de energia renovável obtida

num sistema híbrido fotovoltaico e eólico seja armazenada num sistema a hidrogénio,

pioneiro a nível nacional em edifícios públicos. A solução de reserva de energia à base

de hidrogénio será utilizada quando a energia do sol ou do vento não puder ser

utilizada, por exemplo para o período noturno ou em períodos menos ventosos.

Para a melhoria do seu comportamento térmico, será feita a substituição

integral das janelas e portas exteriores por caixilharia de alumínio ou de madeira, com

recurso a soluções de características inovadoras e reciclagem de alumínio, com vidros

duplos com fator solar adequado e integração de material reciclado, reduzindo a sua

pegada carbónica.

Relativamente aos interiores, propõe-se a renovação completa dos pavimentos

e revestimentos, das infraestruturas, a substituição de todas as caixilharias e a mínima

construção de paredes interiores para garantir a maior flexibilidade de utilização dos

espaços.

Devido ao elevado estado de degradação do pavimento exterior, este deverá

ser refeito contemplando a renovação prevista para o espaço público envolvente. É

proposta a construção de uma laje plana visitável que, garantindo um percurso coberto

mais confortável de acesso à ala Norte no piso térreo, cumpre um papel agregador da

construção reabilitada e da nova edificação, contribuindo assim para uma relação

harmoniosa do conjunto edificado.

O projeto visa ainda garantir o acesso exterior à cobertura visitável através de

uma nova escada no conjunto da ala norte, aberta para o novo arruamento pedonal

previsto pelo município.

Na área exterior a sul, são criadas as condições para a implantação de

 

contentor para instalação de todo o equipamento técnico necessário à produção de

energia a hidrogénio, assim como para a futura implantação de uma casa que se

move.

Procurando integrar as paredes de alvenaria existentes, será construído um

novo edifício a poente do edifício central que garanta um amplo espaço de trabalho, de

carácter flexível e divisível com partições interiores. A solução construtiva selecionada e

as opções técnicas das rede e sistemas de infraestruturas conjugam-se para oferecer

garantias de conforto, durabilidade, segurança, baixos de custos de manutenção e,

desta forma, promover a eficiência energética da edificação no seu conjunto,

procurando assegurar a possibilidade da sua visita com objetivos pedagógicos.

Pretendendo promover a máxima flexibilidade de utilização em cada um dos

espaços intervencionados e a eficiência das infraestruturas que os servem, como forma

de facilitar a instalação de programas diversos e alterações funcionais, o projeto

organiza os vários espaços de trabalho, receção e exposição entre o edifício central e o

novo edifício, em volta do conjunto central de infraestruturas, instalações sanitárias e

acessos verticais ao piso superior.

Propõe-se estabelecer uma área mais contida, a norte do corpo principal, onde

se instalam espaços interiores para servir de copa/cozinha aos usuários do edifício, e

uma outra área, a sul, de maior dimensão e carácter mais público, aberta ao novo

arruamento pedonal previsto e com a instalação de um café aberto ao público.

A Associação Juvenil de Deão, o Itecons - Instituto de Investigação e

Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e

Sustentabilidade, a Inova+, o Dinamo10 – Creative Hub, a Associação Empresarial do

Distrito de Viana do Castelo e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo são os

parceiros deste projeto liderado pela autarquia vianense.

O projeto Viana STARTS, aprovado no âmbito do programa Iniciativas Urbanas

Europeias, tem um total de investimento de 6.243.572€ e é cofinanciado através do

 

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no montante de 4.994.857,60€.

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