Reconversão do antigo Matadouro Municipal no Viana STARTS
adjudicada por 3,169 milhões de euros
A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, esta terça-feira, por
unanimidade, em reunião ordinária de executivo, a adjudicação e minuta de contrato,
por um valor de 3,169 milhões de euros, da empreitada de “Execução do Viana
STARTS”, que vai reconverter o antigo Matadouro Municipal num espaço criativo e
comunitário, baseado no espírito da Ciência + Tecnologia + Arte.
A empresa vianense Baltor – Engenharia e Construção, Lda., assume, assim, a
obra, que foi alvo de um concurso público internacional, que conta com prazo de
execução de 420 dias e vai utilizar um conjunto de soluções inovadoras de eficiência
energética e hídrica, baixo teor de carbono e economia circular.
A reabilitação e reconversão do antigo Matadouro Municipal corresponde a um
projeto de seis milhões de euros que obteve um financiamento de cerca de cinco
milhões de euros FEDER. A obra de reabilitação do edifício deverá arrancar no início de
2025, para estar concluída até final de 2026.
De acordo com a memória descritiva e justificativa do projeto, propõe-se a
intervenção em todo o recinto para a concretização de um processo de renovação e
construção inovador, no âmbito da Iniciativa Urbana Europeia (EUI), numa empreitada
que conjuga demolição, reabilitação e construção nova.
“Após uma análise crítica do estado e relevância formal dos edifícios existentes,
o projeto procura responder às necessidades identificadas diferenciando obras de
demolição, reabilitação e de construção nova. Procurando limitar as operações de
demolição e maximizar a reutilização e reabilitação dos elementos essenciais da
construção existente, propõe-se a demolição dos elementos que foram acrescentados
à construção inicial e a reabertura de vãos encerrados, assim como a demolição
integral dos edifícios formalmente menos significativos, cujas dimensões e custo-
benefício da sua reparação e conservação não é compensatório, conservando-se as
paredes em alvenaria de pedra passíveis de integrar a construção dos novos edifícios”,
refere a memória descritiva.
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Assim, o projeto prevê a preservação da imagem formal do conjunto edificado
existente. Propõe-se a reconstrução, com tecnologia compatível, das coberturas de
telha com estrutura de madeira (introduzindo impermeabilização e isolamento térmico
e melhorando assim a resposta global construtiva dos edifícios) e a reabilitação dos
rebocos exteriores que são elementos essenciais da caracterização formal dos edifícios.
Espera-se que o resultado seja um edifício de energia quase zero com
desempenhos bastantes superiores aos exigidos em Portugal, no qual serão aplicados
princípios de eficiência hídrica e de armazenamento de águas pluviais. O edifício irá ter
elevada eficiência energética, prevendo-se que o excesso de energia renovável obtida
num sistema híbrido fotovoltaico e eólico seja armazenada num sistema a hidrogénio,
pioneiro a nível nacional em edifícios públicos. A solução de reserva de energia à base
de hidrogénio será utilizada quando a energia do sol ou do vento não puder ser
utilizada, por exemplo para o período noturno ou em períodos menos ventosos.
Para a melhoria do seu comportamento térmico, será feita a substituição
integral das janelas e portas exteriores por caixilharia de alumínio ou de madeira, com
recurso a soluções de características inovadoras e reciclagem de alumínio, com vidros
duplos com fator solar adequado e integração de material reciclado, reduzindo a sua
pegada carbónica.
Relativamente aos interiores, propõe-se a renovação completa dos pavimentos
e revestimentos, das infraestruturas, a substituição de todas as caixilharias e a mínima
construção de paredes interiores para garantir a maior flexibilidade de utilização dos
espaços.
Devido ao elevado estado de degradação do pavimento exterior, este deverá
ser refeito contemplando a renovação prevista para o espaço público envolvente. É
proposta a construção de uma laje plana visitável que, garantindo um percurso coberto
mais confortável de acesso à ala Norte no piso térreo, cumpre um papel agregador da
construção reabilitada e da nova edificação, contribuindo assim para uma relação
harmoniosa do conjunto edificado.
O projeto visa ainda garantir o acesso exterior à cobertura visitável através de
uma nova escada no conjunto da ala norte, aberta para o novo arruamento pedonal
previsto pelo município.
Na área exterior a sul, são criadas as condições para a implantação de
contentor para instalação de todo o equipamento técnico necessário à produção de
energia a hidrogénio, assim como para a futura implantação de uma casa que se
move.
![](https://public-rf-upload.minhawebradio.net/159074/editor/5b2b704ef4603d2ee1a3e7e567ac56c7.jpeg)
Procurando integrar as paredes de alvenaria existentes, será construído um
novo edifício a poente do edifício central que garanta um amplo espaço de trabalho, de
carácter flexível e divisível com partições interiores. A solução construtiva selecionada e
as opções técnicas das rede e sistemas de infraestruturas conjugam-se para oferecer
garantias de conforto, durabilidade, segurança, baixos de custos de manutenção e,
desta forma, promover a eficiência energética da edificação no seu conjunto,
procurando assegurar a possibilidade da sua visita com objetivos pedagógicos.
Pretendendo promover a máxima flexibilidade de utilização em cada um dos
espaços intervencionados e a eficiência das infraestruturas que os servem, como forma
de facilitar a instalação de programas diversos e alterações funcionais, o projeto
organiza os vários espaços de trabalho, receção e exposição entre o edifício central e o
novo edifício, em volta do conjunto central de infraestruturas, instalações sanitárias e
acessos verticais ao piso superior.
Propõe-se estabelecer uma área mais contida, a norte do corpo principal, onde
se instalam espaços interiores para servir de copa/cozinha aos usuários do edifício, e
uma outra área, a sul, de maior dimensão e carácter mais público, aberta ao novo
arruamento pedonal previsto e com a instalação de um café aberto ao público.
A Associação Juvenil de Deão, o Itecons - Instituto de Investigação e
Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e
Sustentabilidade, a Inova+, o Dinamo10 – Creative Hub, a Associação Empresarial do
Distrito de Viana do Castelo e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo são os
parceiros deste projeto liderado pela autarquia vianense.
O projeto Viana STARTS, aprovado no âmbito do programa Iniciativas Urbanas
Europeias, tem um total de investimento de 6.243.572€ e é cofinanciado através do
Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no montante de 4.994.857,60€.