FITAVALE REÚNE AMANHÃ EM MONÇÃO
CINCO GRUPOS DO TEATRO AMADOR DO VALE DO MINHO
Monção recebe amanhã, sábado 31 de maio, a Maratona FITAVALE, o momento de celebração final da edição de 2025 do Festival Itinerante de Teatro de Amadores do Vale do Minho. A iniciativa, promovida pelas Comédias do Minho, decorre no Cine-Teatro João Verde, a partir das 15h00, reunindo os cinco grupos de teatro amador dos concelhos de Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Valença, Melgaço e Monção.

Ao longo dos últimos meses, as Comédias do Minho encenaram com cada um dos grupos um espetáculo original, partindo de textos inéditos escritos especificamente para esta edição do festival. A Maratona inclui a apresentação consecutiva de todas essas criações, culminando com a estreia absoluta de “Pequena Coleção de Esquecimentos”, do grupo CTJV de Monção.
O programa abre às 15h00 com o espetáculo “Aurora Debruçada Sobre o Rio”, do grupo Outra Cena, de Vila Nova de Cerveira, com encenação de Tânia Almeida e texto de Cláudio Castro Filho. A peça mergulha nas ideias de pertença e identidade, questionando o vínculo entre as pessoas e os lugares onde nascem ou vivem. Com sensibilidade e lirismo, o rio surge como metáfora de memória, passagem e enraizamento.

Segue-se, às 16h00, o grupo +TAC – Mais Teatro Amador Courense, de Paredes de Coura, com “C...”, espetáculo encenado por Luís Filipe Silva a partir do texto “Cenofobia”, de André Teodósio, com música de Samuel Martins Coelho. Num ambiente visualmente intenso e marcado pelo absurdo, o espetáculo propõe um jogo de espelhos onde se confrontam medos individuais e coletivos, desafiando o papel do teatro como provocação e espanto.
Às 16h40, é a vez do grupo Verdevejo, de Valença, com “O Dia do Arquivo”, encenado por Sara Costa a partir de um texto de Alexandra Moreira. Num universo onde as memórias são o bem mais precioso, uma família visita a Biblioteca Nacional no Dia do Arquivo e confronta-se com personagens e situações insólitas. A peça questiona o valor do que recordamos e a fragilidade do que esquecemos, com humor e densidade emocional.

O grupo Os Simples, de Melgaço, apresenta às 17h40 “Ser Cá Dos”, uma criação encenada por Ana Perfeito com texto de João Pecegueiro. 11 personagens encerradas há 53 dias partilham cartas, memórias e silêncios, evocando o cerco de 1388 a Melgaço como ponto de partida para uma travessia por géneros, tempos e territórios. Um espetáculo fragmentado, entre a realidade e a ficção, sobre o que significa ser de cá – e o que significa resistir.
A Maratona encerra às 18h40 com a estreia de “Pequena Coleção de Esquecimentos”, do grupo CTJV, com encenação de Cheila Pereira, dramaturgia de Matilde Real e música original de Rita Barbosa, interpretada ao vivo. A partir dos gestos e silêncios de uma mulher que talvez tenha escolhido desaparecer, constrói-se um retrato subtil e fragmentado daquilo que resta quando quase tudo se apaga. Um espetáculo íntimo sobre ausência, vestígios e a persistência da memória.

A Maratona FITAVALE é o culminar de um processo artístico e comunitário que envolve criadores profissionais, atores amadores e o território que habitam. Mais do que um festival, o FITAVALE é um lugar de encontro, partilha e pertença. A entrada é gratuita, mediante a lotação da sala.
Sobre as Comédias do Minho
As Comédias do Minho iniciaram a sua atividade profissional em 2004, com o objetivo de levar o teatro às aldeias do Vale do Minho, promovendo uma relação próxima e genuína com as comunidades locais. A Companhia tem investido na circulação de criadores nacionais e internacionais, oferecendo uma programação diversificada que reflete o seu compromisso com a arte e a cultura.
A sua atuação é estruturada em três pilares principais: a Companhia de Teatro, o Projeto Pedagógico e o Projeto Comunitário, que trabalham de forma integrada e complementar. A missão das Comédias do Minho é clara: criar um projeto cultural adaptado à realidade socioeconómica do Vale do Minho, com um forte foco no envolvimento das populações.