Queimada do Judas no Largo das Neves
No passado dia 7 de junho, o Largo das Neves voltou a ser palco de uma simbólica manifestação de cultura popular
Por Administrador
Publicado em 09/06/2025 20:10
Cultura
Junta de Freguesia de Vila de Punhe


Queimada do Judas no Largo das Neves

 

No passado dia 7 de junho, o Largo das Neves voltou a ser palco de uma simbólica

manifestação de cultura popular: a Queimada do Judas. Após 93 anos de aparente

interregno, a tradição cumpriu a sua 10.ª edição e assumiu um tom inusitado: Elon

Musk, que serviu de inspiração para o cortejo, o cenário e a encenação.

A Queimada do Judas, distingue-se por apresentar-se como um conceito aberto, que

se adapta aos tempos atuais sem perder o seu sentido simbólico. No centro do

espetáculo esteve o testamento e o auto de fé do Judas, elementos que mantêm viva

a sátira social e política. No final, uma dimensão quase ritual: a leitura do esconjuro

seguida da tradicional queimada galega, com o objetivo de exorcizar os pecados antes

da queima, concedendo ao Judas uma morte simbólica com absolvição e perdão.

A realização do evento contou com a colaboração das autarquias de Mujães, Vila de

Punhe, Barroselas e Carvoeiro e da Câmara Municipal de Viana do Castelo, em

conjunto com o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto, reforçando não só a

valorização das manifestações populares como também a cooperação entre as

comunidades que partilham a Mesa dos Três Abades. A cooperação entre estas forças

vivas tornou possível uma noite de forte expressão social, evidenciando o Largo das

Neves como espaço de afirmação cultural e como um ponto de encontro de amigos,

conterrâneos e familiares.

Foi gratificante ver os responsáveis políticos não só presentes, mas também atentos e

recetivos com o espírito crítico e satírico da Queima do Judas. A sua capacidade de

ouvir, compreender e integrar-se neste exercício de reflexão popular revela maturidade

cívica e respeito pela tradição como forma de expressão social.

Fica também um agradecimento a todas as pessoas que contribuíram para tornar este

evento possível, com destaque para a disponibilidade, dedicação e entrega de Carlos

Quintas Neves, Joaquim Castro, Daniela Chaves e Luís Magalhães, cujos esforços

foram fundamentais para o sucesso desta edição.

A Queimada do Judas mostrou, mais uma vez, que o Largo das Neves é palco

predileto para a cultura popular. Esta está viva, em constante transformação e pronta

para continuar a contar histórias, mesmo que para isso seja necessário um pouco de

fogo purificador.

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