Com sede na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPVC o novo centro (SUSTEMARE) será apresentado ao público na próxima quarta-feira, numa cerimónia que terá lugar nos Serviços Centrais do IPVC, às 14h

        Politécnico de Viana do Castelo lança centro estratégico para a economia azul

O SUSTEMARE – Centro de Tecnologia e Inovação em Energias e Tecnologias Oceânicas nasce com uma missão clara: promover a transição sustentável na exploração do oceano, integrando ciência, tecnologia e economia.

Nasce em Viana do Castelo um centro de inovação tecnológica que promete posicionar o Alto Minho e Portugal no mapa internacional da energia azul. Articulando investigação aplicada, apoio às empresas e um modelo colaborativo entre academia, setor público e indústria, o SUSTEMARE, que vai ser apresentado quarta-feira, entra em cena como infraestrutura estratégica para responder aos desafios globais da economia do mar e transformar o território a partir da tecnologia.

O SUSTEMARE – Centro de Tecnologia e Inovação em Energias e Tecnologias Oceânicas – será formalmente constituído e apresentado na próxima quarta-feira, às 14h, numa cerimónia a decorrer no edifício dos Serviços Centrais e de Apoio à Presidência do Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). O SUSTEMARE junta entidades do sistema científico nacional, empresas, poder local e associações empresariais, com o propósito claro de tornar o Alto Minho uma referência nacional e internacional no desenvolvimento tecnológico ligado à economia azul.

Investigação aplicada no IPVC para os desafios do oceano

Com sede no campus da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC), o SUSTEMARE estrutura a sua intervenção em três domínios principais: Energia Azul, Tecnologias Oceânicas e um núcleo de Atividades e Serviços Complementares, especialmente focado na minimização dos impactos ambientais das infraestruturas marítimas.

O presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, explica que o SUSTEMARE “nasce da necessidade de responder a uma transição urgente: a de explorar o oceano de forma sustentável, integrando conhecimento científico, tecnologia e atividade económica.” A aposta recai sobre áreas como a energia das ondas, marés, eólica offshore, hidrogénio verde, materiais resistentes ao meio marinho ou biotecnologia.

“A economia azul, nas suas diversas vertentes, surge como uma alternativa natural para a satisfação das nossas necessidades, gerando formas de promover o uso sustentável dos recursos marinhos, impulsionando o crescimento económico, a criação de empregos e a proteção ambiental”, sublinha ainda Carlos Rodrigues.

Politécnico lidera rede de inovação regional e nacional

A criação do SUSTEMARE responde a uma prioridade assumida na Estratégia Regional de Especialização Inteligente do Norte (S3 NORTE 2027), que identificou o binómio Energias Oceânicas / Alto Minho – Viana do Castelo como estratégico. A partir desse enquadramento, o Politécnico de Viana do Castelo e a Câmara Municipal de Viana do Castelo, com o apoio de centros de I&D de excelência como o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), mas também a Universidade do Minho, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e o Centro de Interface Tecnológico Industrial CiTiN, nascido no seio do IPVC, lançaram as bases para um centro de tecnologia e inovação aplicada às reais necessidades do tecido económico.

“Queremos ser um polo gerador de redes de colaboração, criando sinergias organizacionais, tecnológicas e económico-financeiras que permitam às empresas obter vantagens competitivas. Um centro ao serviço do setor produtivo e da sua capacidade de inovar”, acrescenta o coordenador do SUSTEMARE e docente do IPVC, Jorge Delgado.

Tecnologia desenvolvida no IPVC ao serviço das empresas

A atuação deste novo Centro de Tecnologia e Inovação estará profundamente ligada à realidade empresarial, especialmente às empresas já instaladas ou em instalação no setor das energias oceânicas, que enfrentam desafios técnicos, logísticos e ambientais próprios do meio marinho. A estrutura prevê laboratórios especializados, uma nave industrial e uma equipa de cerca de 40 profissionais altamente qualificados até 2030, articulados com os recursos dos parceiros científicos fundadores.

Os impactos esperados na região de Viana do Castelo são significativos: desde a geração de emprego qualificado e atração de talento, até ao reposicionamento do território na nova economia do mar, em articulação com as cadeias de valor emergentes a nível nacional e europeu.

“Estas empresas geram oportunidades de realização pessoal, particularmente interessantes pelo seu carácter desafiante e inovador. Mas o seu sucesso depende muito do desenvolvimento de conhecimento técnico e científico. O SUSTEMARE surge para dar essa resposta”, defende Jorge Delgado.

Portugal já é pioneiro, ao acolher em Viana do Castelo a primeira plataforma eólica offshore flutuante do mundo. Com o SUSTEMARE, reforça-se a ambição de liderança nesta área, numa lógica de trabalho colaborativo, bidirecional e aberto, tanto a associados como a outras entidades interessadas.

Formação especializada: preparar talento para a economia azul

A criação do SUSTEMARE vem também reforçar a aposta do Politécnico de Viana do Castelo na qualificação técnica e tecnológica em áreas emergentes. Neste contexto, estão já em funcionamento as pós-graduações de Liderança em Economia Azul Sustentável e de Tecnologias em Energias Oceânicas, além de formações microcredenciadas de curta duração, orientadas para as competências exigidas por um setor em rápida evolução. “O talento procura sempre os sítios onde a inovação se desenvolve. Com o SUSTEMARE, queremos colocar o Alto Minho no radar dos profissionais que procuram futuro, inovação e qualidade de vida”, realça ainda o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues.

Sobre o SUSTEMARE

O SUSTEMARE terá uma atuação centrada em três grandes departamentos:

• Energia Azul – Desenvolvimento e monitorização estrutural de infraestruturas offshore, produção de hidrogénio e amónia verde.
• Tecnologias Oceânicas – Estudo de materiais em ambiente marinho, sistemas de inspeção, manutenção e logística.
• Serviços Complementares – Monitorização ambiental, biotecnologia marinha e aquacultura.

O novo centro articula-se com o ecossistema regional e nacional, promovendo projetos de I&D, prestação de serviços especializados, ensaios técnicos, formação e transferência de tecnologia.