MENU
Pulmonale alerta para urgência de implementar rastreio do cancro do pulmão em Portugal
Por Administrador
Publicado em 22/10/2025 12:09
Saúde
Getty Images

Pulmonale alerta para urgência de implementar rastreio do cancro do pulmão em Portugal

A associação sublinha que o rastreio do cancro do pulmão pode reduzir a mortalidade em pelo menos 20%. A campanha "Se fuma até hoje, o rastreio devia ser para ontem!" decorrerá no mês de novembro. 

A associação Pulmonale anunciou esta terça-feira uma campanha que alerta para a urgência de implementar o rastreio do cancro do pulmão, visando reduzir a elevada mortalidade desta doença, responsável por cerca de 5.100 mortes anuais em Portugal. 

A campanha “Se fuma até hoje, o rastreio devia ser para ontem!” decorrerá em novembro, mês de sensibilização para o cancro do pulmão, e destina-se sobretudo a fumadores e ex-fumadores, com idades entre os 50 e os 75 anos, e a todas as entidades públicas com responsabilidades na área da saúde. “A campanha nasce da necessidade imperativa de implementar o rastreio do pulmão, seguindo o bom exemplo de outras áreas oncológicas”, afirma em comunicado a presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), Isabel Magalhães. 

A presidente defende a necessidade de lutar para que o rastreio ao cancro do pulmão seja disponibilizado no país, incidindo na população elegível, fumadores e ex-fumadores”. “O diagnóstico precoce é o método mais promissor para reduzir a mortalidade devido ao cancro do pulmão no nosso país, que é, das diversas patologias oncológicas, a mais mortal, entre os portugueses”, realça.

Isabel Magalhães congratula-se com o anúncio do Ministério da Saúde sobre os dois projetos-piloto previstos para arrancar no concelho de Cascais, numa iniciativa conjunta com a autarquia, e na ULS de Santo António, no Porto, mas assinala que não se conhece qualquer desenvolvimento da medida desde o seu anúncio público em junho. 

“A promoção e prevenção da saúde, com todos os ganhos associados, têm de deixar de ser um tema de conversa, ou uma notícia de jornal, e passar a ser uma estratégia evidente do Serviço Nacional de Saúde”, defende, frisando que “a campanha quer precisamente afirmar a urgência na implementação do rastreio do cancro do pulmão no SNS”.

Em 2022, a Comissão Europeia recomendou aos seus Estados-Membros que iniciassem projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão associados a programas de cessação tabágica, tendo aprovado posteriormente a inclusão do rastreio nos planos de prevenção da doença oncológica, já implementado pela Croácia, Polónia e República Checa. Também decorrem atualmente projetos-piloto em vários países entre os quais Países Baixos, França, Irlanda e Hungria.

O teste considerado como mais eficaz para detetar o cancro do pulmão numa fase precoce é feito através de uma tomografia computadorizada torácica de baixa dose, com necessidade de articulação com o SNS para acesso ao tratamento de todos os achados no exame. 

Quando diagnosticado em fase inicial, o cancro do pulmão apresenta taxas de sobrevivência substancialmente superiores às verificadas em estádios avançados, salienta a Pulmonale, sublinhando que o rastreio pode reduzir a mortalidade em pelo menos 20%. “Sendo o tabagismo o principal fator de risco no cancro do pulmão, cuja causa é em mais de 80% atribuída ao tabaco, a Pulmonale acredita que é fundamental implementar o rastreio junto da população, bem como incentivar a adoção de estilos de vida saudáveis que podem levar ao abandono de hábitos tabágicos”, defende.

A campanha será divulgada através dos circuitos de comunicação de várias entidades, como autarquias (Coimbra, Oeiras, Vila Pouca de Aguiar, Póvoa do Varzim, Serpa, Penacova, Barcelos, Mesão Frio, Pampilhosa da Serra e Penacova), a Junta de Freguesia de Loures, o Estoril Praia, a Fertágus, o Metro de Lisboa e a NOS

Segundo o Global Cancer Observatory, o cancro do pulmão é o mais mortal no mundo, com mais de 1,8 milhões de mortes anuais.

Lusa

Comentários
Comentário enviado com sucesso!